A ex-senadora Marina Silva (PV) foi nesta terça-feira (3) à Câmara dos Deputados para pedir pessoalmente ao presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), o adiamento da votação do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que reforma o Código Florestal Brasileiro. Segundo ela, o substitutivo do projeto é cheio de “pegadinhas”.
“Nós achamos que o relatório é complexo e tem muitas pegadinhas. Por exemplo, a de [classificar] a produção de alimentos de interesse social. Sendo de interesse social, por decreto o governo poderá permitir a produção dentro das áreas de proteção. Também retira todo processo de controle social, uma vez que o Conama não tem mais nenhuma prerrogativa em relação às florestas e transfere para os [mais de] 5.000 municípios a possibilidade de autorizar desmatamentos”, disse a ex-senadora.
Acompanhada de ambientalistas e integrantes da bancada verdade da Casa, Marina Silva espera uma resposta ao pedido de audiência com Maia, que deverá se reunir com as lideranças partidárias para definir a pauta de hoje e amanhã em plenário. “Não há tempo de hoje para amanhã ficar no ‘rame-rame’ do ponto a ponto diante de tantas complexidades e novidades que foram apresentadas pelo relator”, afirmou a ex-presidenciável, logo após uma audiência com o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci.
De acordo com Marina, Palocci disse que o relatório apresentado ontem não é consensual. Na visão da senadora, o documento não avança nas questões essenciais para se criar uma política florestal por partir da premissa errada de que “é preciso flexibilizar a legislação e a proteção da floresta em benefício da agricultura”. Para Marina, as novidades teriam que ser debatidas para se chegar a um acordo.
Nesta segunda-feira (2), o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) apresentou sua versão final do relatório sobre o projeto que reforma o Código Florestal Brasileiro. Segundo o relator, no texto prevaleceu o consenso entre a posição do governo federal, de ambientalistas e de ruralistas.
Fonte: UOL
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