quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Noruega dobrará taxa de carbono e aumentará recursos para florestas tropicais


O orçamento da Noruega para o próximo ano mostra que o país quase dobrará suas taxas sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) do setor petrolífero, reportou a Reuters.

A cobrança sobre a indústria de petróleo offshore passará para US$ 72,16 por tonelada em 2013. O setor pesqueiro também terá uma nova taxa de US$ 8,8/t.
O aumento na arrecadação servirá para ampliar o direcionamento de recursos para a preservação das florestas tropicais. No próximo ano, o país pretende empregar US$ 528 milhões, um aumento de US$ 70 milhões, para proteger áreas inclusive na Amazônia brasileira.
A Noruega introduziu a sua taxa sobre o carbono em 1991, abrangendo os combustíveis fósseis petróleo e diesel. Críticos argumentam que mesmo com o preço mais caro dos combustíveis e com quase a totalidade da demanda por eletricidade sendo suprida por fontes hídricas, o comportamento no país não mudou, e as emissões ainda assim cresceram.
A meta da Noruega é cortar em 30% as emissões de CO2 até 2020, com base nos níveis de 1990. Em 2011, a emissões dos noruegueses ainda estavam 6% acima do ano base.
A regulamentação sobre as emissões de CO2 existe quase em duas dezenas de países, como Finlândia, Alemanha, Dinamarca, Irlanda, Itália, Suíça, Suécia, Reino Unido, Nova Zelândia, Holanda, Noruega, algumas províncias canadenses e, mais recentemente, na Austrália.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Desmate na Amazônia triplica no mês de agosto em relação a 2011, diz Inpe


A Amazônia Legal perdeu no último mês de agosto uma área de 522 km² de floresta devido ao desmatamento, número que é 220% maior que a devastação ocorrida no mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foi o mês que mais registrou desmatamento neste ano.
É como se a floresta perdesse em apenas 31 dias uma área equivalente a 29 vezes o tamanho da ilha de Fernando de Noronha, principal faixa de terra que integra o arquipélago existente na costa de Pernambuco.

Em agosto de 2011, o sistema de detecção do desmatamento em tempo real, o Deter, que usa imagens de satélite para analisar a degradação da floresta, havia visualizado a redução de 163,35 km² de mata nativa.
Apesar de o estado do Pará ter registrado o maior índice de desmatamento no mês passado (227,82 km²), Mato Grosso foi o que teve a maior variação na comparação entre agosto de 2012 e 2011 – um aumento de 336% na degradação, com perda de 208,98 km² de floresta.
Durante a medição, apenas 4% da floresta não foram visualizados devido à quantidade de nuvens, ou seja, praticamente todo o bioma foi monitorado.
O Ministério do Meio Ambiente informou, por meio de nota à agência Reuters, que o pico de desmatamento "se deve a fatores como a quebra da safra de milho nos Estados Unidos, que levou à abertura de novas áreas para o plantio de soja no Brasil, a alta da cotação do ouro no mercado internacional, que está provocando o incremento da atividade garimpeira ilegal e, principalmente, o aumento das queimadas".
Segundo a nota, os registros de desmatamento nos meses de agosto, setembro e outubro são historicamente mais altos, por conta do período de seca na Amazônia, que favorece a disseminação de focos de incêndio. A pasta informou ainda que o mês de setembro deve mostrar uma reversão no quadro e que até o dia 20 deste mês foram registrados 130 quilômetros quadrados de áreas desmatadas.
Pouca diferença na comparação anualEntre janeiro e agosto de 2012, a floresta perdeu uma área de 1.562,96 km² -- maior que o tamanho da cidade de São Paulo. O total é apenas 2,2% menor que o montante devastado no mesmo período do ano passado (1.599,22%).
Em junho, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou que a Amazônia Legal teve o menor índice de desmatamento dos últimos 23 anos. Segundo Inpe, a região teve 6.418 km² de floresta desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011 -- o equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Foi a menor taxa desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988, e houve uma redução de 8% em relação ao mesmo período em 2009 e 2010. No entanto, em dezembro do ano passado, o Inpe havia divulgado uma expectativa de desmate de 6.238 km² -- alta de 3%. O número foi obtido a partir dos dados consolidados do sistema Prodes.

Por Eduardo Carvalho Do Globo Natureza, em São Paulo

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Pessoas estão mais preocupadas com efeitos das mudanças climáticas, aponta pesquisa


Nove em cada dez pessoas reconhecem as mudanças do clima ocorridas nos últimos 20 anos. Esse é o resultado de um estudo encomendado pela empresa de seguros Axa e desenvolvido pelo Insights Beyond Statistics (Ipsos), que afirmou que os indivíduos apresentam mais preocupações com a causa, sobretudo, os que vivem nos países do Hemisfério Sul, menos ricos e mais expostos. A pesquisa foi divulgada na quinta-feira, 4 de outubro.

Segundo informou a AFP, a pesquisa foi realizada pela internet, entre 5 de julho e 6 de agosto, e contou com a participação de, aproximadamente, 13 mil pessoas com mais de 18 anos, dos países: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Suíça, Espanha, Grã-Bretanha, Japão, Hong Kong, Indonésia, Turquia, Reino Unido e México.
Populações temem as enchentes, a elevação das temperaturas, a seca, más colheitas e também a disseminação de doenças e conflitos pelo acesso a água ou comida.
Os mais convictos dessa realidade são os moradores dos países próximos aos trópicos, a exemplo de Hong Kong (97%) e Indonésia (98%). Porém, nos países desenvolvidos as pessoas se preocupam menos com os impactos, como é o caso dos Estados Unidos, onde 72% percebem as alterações.
As secas foram identificadas por 77% das pessoas e destacadas pelos entrevistados de países como: Itália, Espanha, Turquia e México. Já 83% perceberam chuvas mais intensas, o número mais elevado foi registrado em Hong Kong (94%).
Cerca de 97% dos participantes declararam inquietação com o assunto. As populações temem as enchentes, a elevação das temperaturas, a seca, más colheitas e também a disseminação de doenças e conflitos pelo acesso a água ou comida.

* Publicado originalmente no site EcoD.