sábado, 24 de setembro de 2011

Banco Mundial oferece soluções para o Fundo Climático

Um relatório do Banco Mundial preparado para a reunião de ministros do G20 marcada para novembro foi divulgado nesta quinta-feira (22) pelo jornal britânico The Guardian e traz diversas maneiras de como conseguir arrecadar recursos para mobilizar o tão prometido Fundo Climático.

Segundo o documento, devido ao cenário de crise econômica, será muito improvável que os países cumpram suas promessas de liberar US$ 30 bilhões de ajuda rápida entre 2010 e 2012 e US$ 100 bilhões ao ano até 2020. Por isso, a melhor saída será utilizar o máximo possível do capital privado para lidar com o aquecimento global.

Assim, uma das propostas é criar uma taxa sobre as emissões de aviões e navios. “Fazer com que as atividades que causem danos ambientais paguem por isso é uma das maneiras mais eficientes para levantar recursos”, explica o relatório.

O valor sugerido para a taxa seria US$ 25 por tonelada de dióxido de carbono, o que arrecadaria US$ 40 bilhões até 2020. Mesmo que parte desse dinheiro tivesse que ser utilizado para compensar algumas empresas e países mais pobres, ainda assim mais de US$ 24 bilhões seriam disponibilizados para o clima.

O mesmo valor, US$ 25 por tonelada, deveria ser estabelecido como o piso dos créditos comercializados pelos mercados de carbono, afirma o Banco Mundial.

A entidade acredita que se as principais economias industrializadas adotassem um esquema de comércio de créditos de carbono, isto arrecadaria mais de US$ 250 bilhões até 2020, com o beneficio de cortar as emissões em mais de 10%. Novamente, mesmo se 90% desse dinheiro fossem destinados para minimizar os custos do mercado de carbono para empresas e residências, sobraria o suficiente para as ações climáticas que o mundo precisa.

Outra medida sugerida pelo Banco Mundial é o fim, ou pelo menos a redução, dos subsídios para os combustíveis fósseis. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a ajuda pública para o setor chegou a US$ 319 bilhões em 2009.

“Uma reforma nos subsídios é uma opção viável e de rápido resultado. (...) Nem toda essa ajuda é ineficiente, mas mesmo se apenas uma pequena parcela pudesse ser destinada para o financiamento climático público, mais de US$ 10 bilhões seriam arrecadados por ano. (...) Dinheiro que poderia ser utilizado em programas de eficiência energética e outras atividades ambientais benéficas”, afirma o relatório.

O Banco Mundial propõe ainda que recursos sejam destinados para melhorar o funcionamento de iniciativas de mercado, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e programas de pagamentos por serviços ambientais.

Todas essas sugestões devem ser debatidas também nas próximas rodadas de negociações climáticas. Na semana que vem se realiza um encontro no Panamá, que servirá de preparação para a Conferência das Partes de Durban, na África do Sul (COP 17) em novembro.

Fonte: Instituto Carbono Brasil

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