domingo, 5 de julho de 2009

"O PV será opção de governo em Sergipe”

Caderno A / Política / Jornal da Cidade

Entrevista - ANDERSON GÓIS
Publicada: 05/07/2009

Texto: Eugênio Nascimento

Presente em 56 municípios de Sergipe, o PV quer ser uma opção de poder e disputar o governo do Estado tendo como candidato Anderson Góis, ex-militante do PCB. Ele diz que o que o impulsiona para a disputa é ver a situação de desgoverno hoje vigente. O Partido Verde não foi procurado ainda pelo DEM para a formação de uma grande frente contra o governo Marcelo Déda.
“Após outubro abriremos o partido para discussões externas com outras agremiações políticas.

Mas, se houver o contato, e os Democratas e qualquer outro partido quiserem defender o projeto do Partido Verde de lançar candidatura própria ao governo, nós receberemos esse grupo, sentaremos e discutiremos as condições para uma possível aliança”, diz.

A seguir os principais trechos da entrevista:

JORNAL DA CIDADE - O senhor pretende mesmo ser candidato a governador de Sergipe? O que o induziu a essa posição? O PV tem chance de vitória? Por quê?
ANDERSON GÓIS - Já me coloquei à disposição do meu partido para a disputa eleitoral em 2010, estou construindo um programa de gestão governamental sustentável para entregar à militância do PV. Há pessoas que me incentivam para a disputa eleitoral legislativa, mas não tenho interesse. Eu sei que pela expressiva votação recebida em 2008 para prefeito de Aracaju, eu seria um candidato forte para a Assembleia Legislativa, mas o meu projeto é executivo, eu quero governar para o meu povo, e, se a militância verde em Sergipe entender o meu projeto e decidir por lançar candidatura própria, estarei pronto para a batalha. O meu grande impulsionamento para pleitear ser candidato ao governo do Estado é ver a atual situação de desgoverno em que se encontra Sergipe, como cidadão apaixonado por este Estado, pelo lugar do meu nascimento eu não posso aceitar de braços cruzados o desmando e a falta de compromisso do atual grupo que está no poder. Vamos arregaçar as mangas e proporcionar uma candidatura viável para dissipar as chagas que atormentam o funcionamento de Sergipe.

w JC - O DEM deseja contatar com o PV para discutir a formação de um chapão para enfrentar o PT e seus aliados. O PV entrará no bloco do antigo PFL? Que exigência fará para que isso ocorra?
AG - Em momento algum discutimos qualquer tipo de aliança. Não há contato algum com o Democratas sobre eleições. O nosso projeto até outubro, quando se encerra o prazo para filiações com vistas ao pleito de 2010, é o fortalecimento do PV com nomes para a disputa legislativa para a Assembleia e para a Câmara Federal. Após outubro abriremos para discussões externas com outras agremiações políticas. Mas, se houver o contato e os Democratas e qualquer outro partido quiserem defender o projeto do Partido Verde de lançar candidatura própria ao governo, nós receberemos esse grupo, sentaremos e discutiremos as condições para uma possível aliança.

w JC - Quais outros partidos serão aliados naturais do PV em Sergipe em 2010? Por que essas opções?
AG - Não há vetos a nenhum segmento político, contanto que venha somar ao nosso projeto, que estejam alinhados com o programa que for estabelecido pelo Partido Verde. O PV é um partido de trânsito livre, em 2008 esteve aliado aos democratas em Natal, ao Psol em Porto Alegre e ao PSDB e PPS no Rio de Janeiro. E depois o que vale é o projeto majoritário, que no caso será o do PV. Qualquer pessoa ou partido que entenda que o nosso programa venha a ser o melhor para tirar Sergipe da lama que se encontra com esta gestão desastrosa é um potencial aliado. Agora eu entendo que seria um alinhamento com partidos que não tenham os vícios do poder. No entanto, creio que não haverá muito espaço para coligações, uma vez que Déda deve manter a sua base com cerca de 14 partidos, há um outro postulante que diz ter mais 10 partidos e mais aqueles que estarão alinhados com João Alves Filho. O nosso caminho deve ser sair sozinho ou uma pequena aliança com pequenos partidos.

w JC - Quem mais comporá a chapa majoritária do PV? Vocês têm opção para o Senado, Câmara Federal, Assembleia Legislativa?
AG - Como disse antes, vamos estruturar a nossa chapa para estadual e federal e consolidar o nosso projeto. Queremos eleger dois ou três deputados estaduais e um deputado federal. Claro que para obter êxito no pleito é preciso ampliar, fazer alianças que proporcionem mais volume de campanha, mais tempo de televisão, para isso existe a vaga de vice, e duas vagas para senador. No momento certo vamos começar o processo para a criação de uma frente progressista e democrática em nome de um Sergipe melhor e mais bem administrado. Mas, para nós do PV, não nos importa a quantidade de partidos que estejam conosco, importa o comprometimento e a disposição para alavancar um grande projeto que tenha como base o bem estar social.

w JC - O PV está organizado em quantos e quais municípios de Sergipe? Quantos são os filiados? Há espaço para crescimento? Em quais municípios?
AG - O nosso partido está presente em 56 municípios e estamos crescendo muito, muito mesmo. O ritmo é alucinante até setembro. Estamos programando fóruns permanentes para discussão de ideias relacionadas à gestão pública, vamos copiar uma grande ideia do PV-SP que é o ‘Cine PV’ com a exibição de filmes sobre questões ambientais e sociais. Hoje o Partido Verde se fortalece como uma grande força política no Brasil e no mundo, basta ver o resultado dos verdes no parlamento europeu, a inserção do PV em Portugal e na Alemanha. Quem quiser crescer politicamente e com qualidade, o lugar certo é no Partido Verde, um dos poucos partidos que ainda mantém uma linha ideológica.

w JC - Por que o PV sergipano não assume com mais fervor a bandeira de defesa do meio ambiente? Há uma série de problemas neste segmento em Sergipe e até mesmo as ONGs que dizem defender a natureza não falam sobre o assunto.
AG - A militância partidária tem tido sim uma boa atuação em defesa do meio ambiente, no entanto, o tema não interessa muito à imprensa que não faz uma ampla divulgação e nós também não temos o parlamento estadual para ter o som de nossas vozes ecoados por todo o território sergipano. Mas há seminários para os jovens sobre sustentabilidade, eventos sobre impacto ambiental, levantamos a bandeira contra a transposição do rio São Francisco, nos posicionamos contra a instalação de uma usina nuclear em Sergipe, já discutimos a questão do aterro sanitário, do assoreamento dos rios sergipanos, da maior atenção que deve ser dada à presença da Mata Atlântica em nosso Estado, cobramos atenção ao Macaco Guigó para evitar a sua extinção. Temos um bom posicionamento ambiental em Sergipe sim. Quanto às ONGs, não podemos nos manifestar, pois cabe aos conselhos administrativos de cada uma delas as suas ações.

w JC - Quais os principais problemas de Sergipe hoje e que soluções o PV tem para eles?
AG - Sergipe passa por uma grave crise na educação, na segurança pública, na saúde, na assistência social, na geração de emprego e renda, na agricultura. As propostas do PV para melhorar Sergipe estão sendo discutidas internamente e no momento oportuno, permitido pela lei eleitoral, traremos a público, mas qualquer cidadão que queira conhecer o modo verde de gestão é só se filiar ao PV, participar de nossas reuniões e tomar conhecimento dos programas que estamos construindo para, caso o Partido Verde lance candidatura própria, apresentar à população sergipana.

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