O primeiro entrevistado deste domingo é um jovem político, que mesmo sem um aporte de recursos financeiros, sabe consquistar seus espaços para difundir suas ideias e seus posicionamentos políticos. Anderson Góis acredita que a consolidação de uma candidatura presidencial da ex-petista Marina Silva pelo Partido Verde vai ser imprescindível para que sua pré-candidatura ao governo do Estado de Sergipe também decole. Assim como despontou como candidato a prefeito de Aracaju, em 2008. Anderson Gois revela que, mesmo em outro partido, se prepara para entrar em uma nova disputa sem amarras. Ele entende que há espaço na política local para o surgimento de novas lideranças, que não sejam João Alves Filho (DEM) ou Marcelo Déda (PT). Confira a seguir e na íntegra a entrevista concedida pelo professor.
Correio de Sergipe: Em primeiro lugar, o senhor não tem parado desde que anunciou que é pré-candidato ao governo do Estado em 2010. Como tem sido a receptividade a seu nome? O senhor não acha que a eleição do próximo ano vai ficar polarizada entre dois outros candidatos?
Anderson Gois: Já visitei 46 cidades do interior do estado de setembro para cá para mobilizar os nossos companheiros, e o que sinto por parte dos militantes Verdes é uma grande euforia com o projeto do partido para 2010. O partido verde em Sergipe já definiu que lançará candidato ao governo do estado e ao senado federal, chapa completa para deputado estadual e federal e há ainda a possibilidade da candidatura da senadora Marina Silva à presidência da república o que nos dá uma grande representação. Em todas as cidades que cheguei o que recebo são palavras de apoio, força e de comprometimento com o projeto ‘Sergipe Sustentável’ do partido verde. E com essas andanças tenho conversado com muita gente e não sinto que Sergipe caminhará para uma eleição plebiscitária, há espaço para o surgimento de novos líderes e novos projetos e o povo clama por isso. Os dois outros possíveis candidatos representativos são Déda e João e o sergipano já sabe o que eles não foram capazes de fazer por nosso estado.
CS: Além da consolidação do seu nome, o senhor também tem procurado difundir as ações do Partido Verde pelo interior do Estado? O partido está organizado politicamente falando? Quantos Diretórios Municipais o PV tem em Sergipe?
AG: O partido verde é uma agremiação ideológica, temos um princípio básico que nos norteia, o meio ambiente sustentável. E é isso que estou fazendo, mostrando os compromissos assumidos por nosso partido aos nossos militantes do interior. Entre Aracaju e o interior já proferi 62 palestras sobre as ‘mudanças climáticas’ buscando conscientizar os partidários para que cada um de nós sejamos agentes para uma vida melhor. O PV está em pleno processo de reorganização, já estamos na maioria das cidades e em cada uma delas estamos extremamente organizados. O nosso presidente, Carlos Pinna Júnior, tem conduzido muito bem o processo de expansão, com muita tranqüilidade e respeito ele nos dirige para o crescimento.
CS: Por onde o senhor tem passado, como tem sido a avaliação das pessoas junto ao governo do Estado? Há quem queira a continuidade do modelo de gestão atual? Qual o seu diferencial neste sentido?
AG: Na verdade nós do partido verde por discordarmos do atual modelo de gestão e por sermos um partido político estamos construindo um projeto que de fato prepare Sergipe e o torne um estado comprometido com o nosso povo, com as demandas da sociedade. O diferencial do PV é estabelecer critérios de sustentabilidade para uma melhor gestão pública e um equacionamento que possibilite o desenvolvimento, o progresso e mantenha o compromisso com a espécie humana. Não queremos meramente desenvolver, queremos desenvolver e manter este desenvolvimento sustentável para o povo.
CS: E quanto ao nome de Marina da Silva? Ela é realmente uma boa opção para passar a presidir o Brasil? Ela está preparada para tamanha responsabilidade? Como as lideranças em Sergipe têm avaliado uma possível candidatura dela?
AG: Ela não é apenas uma boa opção, ela é a melhor opção para a nação. Marina Silva foi a melhor ministra do Meio Ambiente que já houve no Brasil, é uma senadora combativa e com posicionamentos claros, se destaca nacional e internacionalmente em defesa da vida, da natureza. Não tenho dúvida alguma quanto a capacidade gestora da Marina, gerir o Brasil é uma tarefa árdua, dura e a Marina está pronta para enfrentar tudo isso e conduzir o Brasil a dias melhores. E aqui em Sergipe estamos fazendo o máximo para engajar os Verdes e torná-la presidente do país, desde o filiado simpatizante até a nossa executiva estadual estamos todos comprometidos.
CS: Existe alguma possibilidade de o senhor disputar um outro cargo, que não seja o de governador? Qual? Com que coligação vocês poderiam fazer essa composição?
AG: Como disse antes é projeto do PV lançar candidatura própria ao governo do estado, mesmo antes da vinda da senadora Marina Silva a direção partidária já havia deliberado por este projeto, portanto não há proposta para abrir mão desta candidatura Verde, e agora menos ainda por conta da necessidade de se montar palanques fortes para a possível candidatura à presidência da senadora Marina Silva. Hoje o projeto político que mais cresce no estado é o do PV, há pesquisas publicadas em que a pré-candidatura Verde aparece com até 6,1% das intenções de voto. Quanto a mim eu me coloquei a disposição do projeto partidário de disputar o governo do estado, sinto desejo pelo executivo, por realizações executivas, mais estarei a disposição do meu partido, pois quero representar um projeto e não a mim mesmo, não sou candidato nato, estou construindo o meu espaço e se a militância entender que outro nome do PV representará melhor o nosso projeto eu me colocarei como um fiel cabo eleitoral para o sucesso do Partido Verde.
CS: E, para concluir, qual a sua avaliação em torno dos recentes incidentes em torno da Saúde Pública em Sergipe e, especialmente, em Aracaju? O senhor não acha que o Ministério Público já deveria ter se posicionado?
AG: O governo com o seu bom staff de profissionais de mídia tenta passar para a população a ideia de que a saúde está bem, não é verdade, consultemos a população que precisa usar os serviços médicos do HUSE, são relegados a sorte, pessoas que passam meses esperando por uma consulta e por um exame. Os postos de saúde foram motivo forte na campanha à reeleição de Edvaldo Nogueira que infelizmente não vem cumprindo o que prometeu. Estamos em estado calamitoso e tanto o governo do estado quanto a prefeitura de Aracaju, por medidas eleitoreiras, aprovaram os ‘metrôs da alegria’ para garantir cabos eleitorais nas próximas eleições.
Fonte: Correio de Sergipe
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